Jornal de Notícias online faz 20 anos! Um dos primeiros passos para a informação online foi dado com o contributo do Centro de Computação Gráfica.

Em 1993 o Centro de Computação Gráfica nasceu, e passados dois anos já estava a contribuir para a primeira presença online de um jornal português – O Jornal de Notícias.

Este projeto representou um marco para a história da Comunicação Social Nacional, e é também um dos primeiros exemplos de projetos de transferência de tecnologia, realizados no Centro de Computação Gráfica.

De facto, o CCG demonstrou-se um ator importante nos primeiros passos do web design em Portugal, sendo um dos impulsionadores da tecnologia web neste país, através do desenvolvimento de websites de referência nacional.

“JN Online nasceu há 20 anos

No dia 26 de julho de 1995, numa quarta-feira, o “Jornal de Notícias” anunciava na sua edição impressa a criação do www.jnoticias.pt, a página do diário na Internet.

“Hoje, pela primeira vez, os utilizadores podem consultar o JN eletrónico, no qual encontrarão notícias de primeira página e de desporto, além de fotografias e dados diversificados sobre o próprio jornal”, podia ler-se na notícia, que dava conta da primeira edição online de um diário português.

Na altura, o jornal “Público” foi o primeiro a criar um site, mas sem a componente noticiosa, e a Direção Técnica do JN seguiu-lhe as pisadas, apostando na colocação de notícias à experiência. Volvidos alguns meses, a Direção Técnica e a Direção Editorial do JN tomaram a decisão de criar um site com notícias atualizadas diariamente, que se mantém online há duas décadas.

O jornalista Nuno Marques, atual editor da secção Nacional, e Hélder Bastos, agora diretor da Licenciatura em Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, foram os primeiros a integrar a redação online do JN.

Segundo recorda Nuno Marques, “algumas notícias da edição em papel eram transpostas para o online” e foram criados fóruns de discussão, a secção “Desabafe Connosco” – equivalente ao “Cidadão Repórter” dos dias de hoje – e o “Dicionário de Internetês-Português”.

Os jornalistas escolhiam, então, notícias da edição impressa do dia seguinte, colocavam-nas num formato informático compatível e enviavam-nas para a empresa que albergava as páginas do jornal.

Uma das grandes preocupações era a compatibilidade das páginas com os browsers mais comuns, assim como manter um site moderno mas de simples navegação.

O JN Online abria, assim, o jornal ao mundo e permitia cativar públicos que dificilmente teriam acesso à edição em papel. E a participação nos fóruns, de internautas residentes noutros países e com um perfil diferente do público-alvo da edição impressa, foi uma novidade para todos.

“Na altura ficámos muito surpreendidos com as pessoas que vinham falar connosco e com as mensagens que recebíamos de todas as partes do mundo”, recorda o editor de Nacional do JN.

Hoje, é impensável ter um computador na redação sem Internet. Há 20 anos, a redação online possuía o único equipamento com acesso à rede dentro da redação. Este facto fez com que alguns jornalistas não compreendessem muito bem o que se passava no JN Online e com que outros recorressem a esta pequena equipa para entrarem em contacto com o mundo da “world wide web”.

Se, em 1995, o título que anunciava a chegada do jornal online era “A Porta do JN para o mundo”, hoje, volvidos 20 anos, não é necessário alterar uma vírgula.”

Fonte: JN

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