Investigador do CCG/ZGDV, especialista em “Digitalização na Construção”, Miguel Azenha fala-nos sobre a atuação estratégica deste Instituto no desenvolvimento de tecnologias digitais disruptivas, aplicadas ao setor da construção.

 

Qual a posição do CCG/ZGDV relativamente à inovação tecnológica no setor da construção?

Um dos motores da inovação tecnológica no setor da construção está relacionado com o Building Information Modelling (BIM). Uma metodologia de partilha da informação e de comunicação entre todos os intervenientes, durante todas as fases do ciclo de vida de uma construção, que se apoia num modelo digital, acessível por software, o qual permite a manipulação virtual dessa mesma construção. No Instituto CCG/ZGDV estamos a trabalhar em soluções digitais, baseadas em modelos BIM, que visam contribuir para a transição digital, em curso, no setor da construção.

 

De que forma o CCG/ZGDV utiliza essas soluções digitais e qual o impacto das mesmas no setor da construção?

A informação é o elemento central do BIM e, ao longo das diferentes fases do ciclo de vida de uma construção, assume diferentes formas. Assim, temos vindo a desenvolver soluções digitais que permitem facilitar a visualização, interação e interpretação da informação ao longo desse ciclo. Exemplos disso incluem aplicações de realidade mista (virtual e aumentada), interfaces web de gestão ativos, ferramentas desktop e mobile para uso em contexto de planeamento de obras (BIM 4D), aplicações de inteligência artificial baseadas em modelos BIM, digital twins, entre outros. Estas soluções têm vindo a ser desenvolvidas em parceria com entidades, públicas e privadas, ligadas ao setor da construção, permitindo uma melhor colaboração entre as partes envolvidas em cada projeto em que participamos.

 

Olhando para o futuro, que iniciativas o CCG/ZGDV vai desenvolver e de que forma estas se alinham com a estratégia de digitalização para o setor?

A investigação em BIM que temos vindo a desenvolver tem sido pioneira em muitas áreas a nível nacional. Acrescentando a isso as competências tecnológicas, bem como a vertente de transferência tecnológica que caracteriza o CCG/ZGDV, as prioridades para o futuro passam por:

• apoiar a transição digital na construção, tanto no setor privado como no setor público, fornecendo soluções tecnológicas que permitam responder aos desafios do presente, mas também do futuro. Destacam-se, neste contexto, os trabalhos realizados no âmbito dos processos de licenciamento simplificado, em conjunto com vários municípios nacionais.
• contribuir para a elaboração de normalização, a nível nacional e internacional, relacionada com a metodologia BIM e com todo o ecossistema tecnológico que lhe dá suporte. Destaca-se aqui o envolvimento em organizações como a buildingSMART.