Editorial

A internacionalização assume um papel decisivo na estratégia de crescimento e sustentabilidade do tecido empresarial português. Este será um ano particularmente desafiante, não só pelas tensões geoeconómicas que marcam o contexto internacional, mas também pelo término dos projetos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que representaram um impulso único e irrepetível para a atividade de investigação, desenvolvimento e inovação em Portugal. Neste novo cenário, é imperativo promover o crescimento sustentado da internacionalização do tecido empresarial português, como via para captar investimento, diversificar fontes de financiamento e reduzir a exposição aos riscos associados à excessiva dependência do mercado e financiamento nacionais.

O Instituto CCG/ZGDV tem-se afirmado, de forma consistente, como uma instituição de referência na investigação aplicada e na inovação tecnológica para a economia digital em Portugal. Alinhado com esta ambição, o Instituto tem vindo a desenvolver uma estratégia de internacionalização orientada para a transformação digital de diversos sectores através da participação em missões empresariais, feiras e exposições internacionais, nas quais demonstra projetos, serviços e competências técnicas e científicas, bem como, sobretudo, através do envolvimento ativo em redes colaborativas internacionais que facilitam o acesso a conhecimento avançado, metodologias inovadoras e novas competências. Este posicionamento permite ao Instituto envolver-se em iniciativas de investigação, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia de grande escala, sobretudo orientadas para desafios globais alinhadas com a estratégia de investigação e inovação da Comissão Europeia, ou de outras entidades internacionais dedicadas à promoção de um futuro sustentável e reforçar a sua capacidade de antecipar tendências tecnológicas emergentes, tornando-se um parceiro estratégico para empresas que procuram inovar.

Num contexto em que os desafios à sustentabilidade das organizações se acentuam, o Instituto CCG/ZGDV deverá continuar a acelerar e aprofundar a sua estratégia de internacionalização. Só assim poderá apoiar as empresas nacionais nos seus próprios processos de internacionalização, difundir junto dos ecossistemas locais o conhecimento e as competências adquiridas no contexto internacional e consolidar o seu papel de referência na investigação aplicada e inovação tecnológica. Esta dinâmica gera um efeito multiplicador pois não só beneficia diretamente o Instituto, como também contribui para fortalecer o ecossistema nacional de inovação, garantindo que Portugal mantém a sua competitividade num mercado tecnológico global em constante evolução.

João Sousa
International Science and Business Manager